Você sabia que só no ano de 2020, o varejo pet, segundo o IPB (Instituto Pet Brasil), teve um faturamento total de R$40,8 bilhões e que tivemos um aumento de 5,2% de exportações para outros países? Além disso, o mesmo mercado movimentou mais do que o setor de linha branca (fogões, geladeiras, freezers, máquinas de lavar etc) que teve um faturamento de R$29 bilhões em 2020, segundo a consultoria Euromonitor.

Atualmente a população de animais no Brasil é de aproximadamente 144,3 milhões, e, por consequência, nossos amigos de quatro patas já fazem parte da nossa rotina, principalmente em um momento que estamos saindo menos de casa surgiu essa necessidade de ter uma companhia. Todo esse aumento também fez surgir a demanda de cuidados com os animais, seja levando-os ao veterinário ou comprando rações, brinquedos, remédio etc. 

Dados 2019. Fonte: Euromonitor. Elaboração: Abinpet.

Outras gigantes do mercado também estão de olho nesse movimento que vem ocorrendo. A Nestlé Purina irá investir em um novo parque industrial em Santa Catarina que, além de abastecer o mercado local, irá exportar para Europa, Estados Unidos e outros países da América Latina. A Coala, fabricante de produtos de limpeza, anunciou em julho uma nova linha de produtos de higiene para animais de estimação, esperando chegar a 30% das vendas totais em quatro meses, segundo a diretora executiva da Coala, Suzana Meneghetti. 

Fonte/Elaboração: Abinpet.

Para o varejista do setor torna-se uma oportunidade investir em alimentos para animais de estimação, já que a previsão para 2021 é de que rações serão 52,9% responsáveis pelo lucro do mercado pet. Também é possível considerar o fato de que as classes C e D têm potencial de compra, logo, fabricantes começaram a oferecer produtos com preços mais em conta. 

Um estudo de 2019 publicado pelo Instituto Pet Brasil mostrou que 79,6% do lucro do mercado pet veio de lojas de vizinhança (com o máximo de 4 funcionários) e se adicionarmos o contexto pandêmico, pode-se deduzir que as pessoas começaram a recorrer mais a estas lojas próximas de suas casas.

Além disso, um bom pet shop nos dias de hoje se destaca por oferecer múltiplos serviços, como por exemplo: venda de rações e utensílios pet em geral, banho e tosa, veterinário, pet care etc.

E aí, você acha que está preparado para atender esta demanda? 

Antes de mais nada, é importante entender o que o seu consumidor está buscando e o que ele gostaria de encontrar na sua loja, se diferenciando da concorrência, seja investindo no relacionamento com o cliente ou treinando uma equipe para se especializar em determinada área. Com a alta competitividade você precisa se perguntar: o que faz a pessoa escolher a minha loja e não a do concorrente? Qual o meu diferencial?

Vamos dar algumas dicas a seguir sobre como você pode trabalhar para que seu varejo melhore no setor pet:

Treinar pelo menos uma integrante da equipe de vendas ou contar com a ajuda da Indústria 

Por muitas vezes, vendedores em supermercado não recebem o treinamento adequado para sanar as dúvidas de compradores, como consequência, ficam de mãos atadas e o cliente sai insatisfeito, podendo ir até o concorrente.

É interessante ter pelo menos um integrante do seu supermercado com algum grau de conhecimento dos produtos que estão sendo ofertados, por exemplo: se alguém precisa de ração para gatos com problemas renais, mas não sabe qual marca escolher, como o vendedor explicaria qual ração adquirir? 

Se você deseja expandir seu negócio com este setor, saiba que nos dias atuais a grande variedade de alimentos e produtos pode causar confusão, então esteja ciente de que seus vendedores irão precisar de treinamento adequado.

Aumentar as vendas online

Com a pandemia muitos varejos também começaram a vender via WhatsApp para entregar a domicílio. Adicionar estes produtos ao catálogo de vendas online também pode ser uma ótima iniciativa para criar um bom relacionamento com o comprador, por exemplo: caso seu varejo seja mais próximo para o consumidor do que o petshop, ele provavelmente irá comprar do seu varejo, pois ele já está comprando o que precisa, logo, é tendencioso que ele adicione a ração de seu animalzinho nessa rotina.

Parceria com novos produtos

Aqui o varejista com experiência já tem o hábito de procurar por novos produtos e talvez descontinuar aqueles menos comprados. No mercado pet não é diferente. Todos os dias surgem novas rações para determinadas demandas, novos brinquedos, roupas de inverno, produtos de higiene etc. Cabe ao varejista investigar o que está valendo a pena manter para seus clientes e o que ele pode trazer de novidades.

De acordo com o Pet Brasil, a parte de alimentação de animais corresponde 43,8% do faturamento do setor. Produtos de higiene, beleza e bem-estar, 9,75% e produtos veterinários ficam com 5,74%.

Trabalhar ambientação e experiência

Dependendo do tamanho do seu varejo, você pode incrementar a experiência do consumidor para que ele sinta que pode contar com sua loja para atender suas necessidades. Se possível separar um corredor inteiro ou parte dele apenas para a demanda pet com produtos separados por categoria e bem expostos. Outra ideia interessante é de, eventualmente, trazer um representante comercial para apresentar um novo produto e oferecer amostras grátis.

Segundo Nelo Marraccini, vice-presidente de Comércio e Serviços do Instituto Pet Brasil, as pessoas estão dispostas a pagar pelo o que é diferente para seu animal de estimação.

Como falamos anteriormente, o mercado pet está em crescimento exponencial. Mesmo durante a pandemia as pessoas não deixaram de comprar o essencial para o seu bichinho, muito pelo contrário, só nos primeiros três meses da pandemia, a organização não governamental União Internacional Protetora dos Animais (UIPA) registrou um crescimento de 400% na procura por cães e gatos para adoção. Além disso, quem já tinha um animal de estimação se aproximou mais dele e começou a ter mais cuidado e atenção com suas necessidades.

Este artigo teve como objetivo orientar o varejista para um setor que nunca irá parar de crescer, pois a necessidade pet se tornou a necessidade do dono. Pessoas estão procurando sempre a melhor qualidade e custo-benefício. Seu negócio não precisa oferecer tudo o que o mercado tem de novo a todo instante. O interessante aqui é estudar seu público-alvo. Pergunte para quem frequenta seu varejo o que eles desejam, o que sentem falta nas gôndolas e o que você pode fazer para curar suas dores dentro do possível.

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