Segundo a ABRAS, 48% das perdas que aconteceram no varejo, em 2020, foram por causa de quebras operacionais. Sendo 9% maior do que no ano anterior. A quebra operacional pode se definir como todo o produto que por não estar em condições de venda é retirado do estoque. Toda QO (quebra operacional) deve ser registrada no momento em que está sendo descartada para que os gestores possam acompanhar os motivos das mesmas e tomar providências.

Para a ABRAS a QO pode se definir da seguinte forma: “refere-se às mercadorias registradas no controle de estoque como mercadoria perdida por ter sua causa identificada, tais como mercadorias sem condições de venda (que se quebram, vencem ou estragam), e que não são negociáveis com os fornecedores (não sendo trocas); mercadorias consideradas furtadas quando suas embalagens são encontradas vazias“.

Um ponto importante a se ressaltar é que produtos com características de QO, mas que não tem sua saída do estoque registrada se torna perda desconhecida. Empresas que são exemplo de boas práticas de prevenção de perdas, não só registram as quebras como também os motivos das mesmas.

Principais causadores da Quebra Operacional

Segundo a ABRAS (2009) os principais motivos pela QO são:

  • Acidentes causados por clientes ou funcionários: produtos sofrem acidentes em todas as áreas dos supermercados. Esses produtos devem ter sua retirada dos estoques registrados.
  • Compras em excesso: esse é um dos principais causadores da QO, pois provocam quebra por vencimento de validade, ou seja, as vendas no período não são suficientes para girar o estoque. Depósitos cheios são difíceis de operacionalizar, provocando a quebra por avaria.
  • Recebimento inadequado de produtos: durante o recebimento, o conferente deve estar atento a qualidade dos produtos que estão sendo entregues, pois é comum que a entrega contenham produtos com validade curta, má qualidade (caso de perecíveis), com avarias, amassadas, com rótulos sujos.
  • Mau gerenciamento de estoques: os estoques devem estar divididos por departamento, setores e família. Depósitos desorganizados podem fazer o abastecedor não encontrar os produtos, fazendo com que eles vençam nos depósitos e câmeras. Empilhamento excessivo de produtos pode causar avarias.
  • Qualidade precária de mercadorias: a qualidade precária da mercadoria pode ser fruto da recepção de um produto defeituoso ou de locais inapropriados para armazenar produtos. 
  • Erro nas operações: o erro mais comum na operação é a demora para transportar mercadorias que necessitam estar em temperaturas baixas, como o sorvete.
  • Manipulação incorreta de produtos: é comum durante o transporte de produtos, principalmente em grande volume, os produtos se chocarem e avariar uns aos outros. Cortes errados de carnes, frutas, queijos ou produtos de padaria.
  • Locais sem condições ideais de armazenamento (câmaras e depósitos): as quebras são causadas por estocagem em locais úmidos ou quentes demais, sujos, expostos a intempéries. No caso das câmaras frias e congeladas, temperaturas inadequadas provocam perda de qualidade dos produtos, e consequentemente, quebras.

As perdas no varejo podem acontecer por diversos fatores, não somente com a Quebra Operacional, mas com erros administrativos, problemas de inventário, problemas com furtos etc. Vale ressaltar que a QO, muitas vezes, está além do controle do varejista como a questão de como esse produto vai chegar até ele.

Este artigo teve como objetivo apontar uma das principais causas das perdas de maneira introdutória, mas que, ao mesmo tempo, mostra como é necessário investigar a fundo a real causa da Quebra Operacional.